sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Culinária africana em pauta!!!

                                  






CULTURA NA MESA: 10 GRANDES PRATOS DA GASTRONOMIA AFRICANA
por Kauê Vieira



Arroz jollof é o prato mais popular no Oeste africano


A gastronomia não se limita somente ao objetivo primário de matar a fome, com todas as suas variações ela se apresenta como instrumento de propagação da cultura e representa como ninguém os mais diversos povos e tradições. Se tratando de um continente tão complexo como a África fica ainda mais difícil resumir a preferência gastronômica de sua gente. O modo de fazer, os ingredientes selecionados, a criação de animais e os pratos refletem o ambiente em que cada pessoa vive e toda a tradição e história que envolvem o lugar.


A alta incidência de estrangeiros que desembarcaram na África ao longo dos séculos também deve ser levada em consideração na análise. Pensando nisso, o site Mail & Guardian Africa topou o desafio e selecionou os 20 pratos mais populares na cozinha africana e nós resolvemos destacar alguns deles, além de contar um pouco da história gastronômica de cada região.




A chermoula é uma mistura de ervas consumida basicamente no Norte da África.


Vamos começar no século 7, quando os árabes chegam com suas famosas especiarias – açafrão, canela, gengibre e cravo – revolucionando a gastronomia no Oriente africano. A presença árabe na cozinha do leste do continente é fato bastante conhecido, a relação começou há mil anos atrás quando eles navegavam com arroz e especiarias, estes que hoje marcam presença na comida Suaíli das regiões costeiras. A partir do Novo Mundo eles descobriram o pimentão, tomates e batatas. Limões e porcos domésticos vindos da China e Índia completam a lista.


Ao se deslocar mais para o interior, é notável a presença do gado, ovelhas e cabras, todos considerados moeda de troca pelos pastores. Os animais também servem para a alimentação, contudo apenas para a confecção de produtos oriundos do leite, geralmente sua carne não é consumida. Os habitantes da região preferem a pesca – que fornece a proteína – e também o consumo de grãos, feijão e legumes.




Biltong é uma carne curada consumida em todo o continente


Já a comida do Norte se destaca pelo cheiro. Egito, Marrocos, Líbia, Tunísia e Argélia, todos banhados pelo Mar Mediterrâneo, se caracterizam pelo consumo de erva-doce, alecrim, louro, cravo, canela e pimentas. A cultura do lugar foi fortemente influenciada pelos fenícios do primeiro século, que trouxeram a salsicha, seguidos pelos cartagineses, que introduziram o trigo, evidenciando a preferência da população por pratos feitos à base de trigo e de carne de cordeiro. Em tempo, muitos temperos migraram dali para países da Europa, como Espanha, França e Itália.

No chamado chifre africano, que engloba Etiópia, Somália, Djibouti e a Eritreia, a religião, especialmente as crenças islâmicas e cristãs, impactaram significativamente na mesa de jantar. Diferente de outros locais, aqui não há carne de porco, substituída pelas leguminosas, lentilha e grão de bico. Os pratos tradicionais da cozinha etíope e eritreia são semelhantes e ambos dominados por tsebhis (ensopados), que são servidos com injera – um crocante feito com teff, trigo ou sorgo -, também encontrado na Somália.




Chermoula, mistura de ervas, leva óleo, suco de limão, alho, cominho e sal


Com toda a diversidade citada ao longo do texto, pode-se dizer que a África Austral é dona de umas das maiores variedades culinárias de todas as regiões do continente. Isso se deve a mistura entre as culturas das sociedades tradicionais africanas com os índios, europeus e populações asiáticas. A África do Sul, por exemplo, fazia parte da rota marítima que ligava o Oriente ao Ocidente e com isso sua cozinha se diversificou bastante. Em geral os sul-africanos consomem carne vermelha e um dos pratos favoritos da população é o bobotie, um cozido de carne moída, pão, leite, cebola, castanhas, passas, damascos e  curry. A comida era uma das preferidas de Nelson Mandela.

Por fim falamos da África Ocidental e Central, que teve sua culinária muito menos influenciada pelos europeus do que os outros. Com o mínimo contato com o exterior, a cozinha destas duas regiões continuam próximas dos ingredientes e técnicas tradicionais. A única adição foi a mandioca, amendoim e plantas de pimenta, que chegaram junto com o comércio de escravos em meados do século 16.




As injera são úmidas e fofas e consumidas principalmente na Somália e Etiópia


Depois da introdução, com vocês alguns dos destaques da lista:


Biltong  Original da África do Sul, é uma carne curada consumida em todo o continente. Geralmente o prato é preparado com pimenta preta, salta, açúcar, vinagre e molho barbecue.




O Fufu (em amarelo) é feito com mandioca e inhame. O prato é bastante popular em Gana. (Foto – Blog Mundi)


Fufu – Popular no Oeste, é feito a partir da fervura da mandioca e do inhame (pode ser substituído pela banana) e em seguida é batido até ficar com a consistência de massa.




Parecido com o bolinho de chuva, o mandazi é um dos principais da culinária Suaíli


Mandazi – Com forma que lembra o nosso bolinho de chuva, o prato é um dos principais na culinária Suaíli e acompanha qualquer prato ou pode servir de aperitivo. Os ingredientes básicos são amendoim, leite de coco e amêndoas.


Injera – Crepe com farinha fermentada na água por dois ou três dias. Depois eles são assados numa chapa de ferro ou blaca de barro, colocadas sobre um fogão. As injera são úmidas e fofas e consumidas principalmente na Somália e Etiópia.


Arroz Jollof – O prato mais popular no Oeste africano, o alimento tem como ingredientes básicos arroz, tomate, molho de tomate, cebola, sal e pimenta vermelha. Ele é consumido principalmente na Nigéria, Togo, Gana, Serra Leoa e Libéria.


Chermoula – Uma mistura de ervas, leva óleo, suco de limão, alho, cominho e sal. Ele é consumido basicamente no Norte e os ingredientes variam de acordo com o país.




O Nyama Choma é uma carne assada servida em restaurantes chiques ou no comércio de rua. Popular no Quênia


Nyama Choma / Braaivleis / Mechoui – Com nomes e técnicas de cozinhar diferentes, é apreciado quase que em todo o continente. É um tipo de carne assada servido em restaurantes chiques ou no comércio de rua de Nairóbi, no Quênia. Também vai bem com cerveja.




O cuscuz, que também está presente na mesa dos brasileiros, é apreciado na Argélia e Marrocos


Couscous – Alternativa interessante para o arroz e massas no Norte da África, o cuscuz é feito no vapor e com trigo. O prato também está presente na mesa dos brasileiros.




Original de Portugal, o piri-piri é um molho picante e adotado pela cozinha sul-africana


Piri Piri – Original de Portugal, é um molho picante e adotado pela cozinha sul-africana.



domingo, 19 de outubro de 2014

Flor de obi estará presente no "Afrobrasilidade, cultura e educação na urbanidade - Volume 2"

A empresa Cubo Preto Ensino de Arte e Cultura LTDA. e a Revista O Menelick 2ºAto se reúnem novamente para a realização do Afrobrasilidade, cultura e educação na urbanidade – Volume 2, que ocorrerá no domingo, dia 19 de Outubro. O evento faz parte do calendário Todo Domingo que ocorre na Casa das Caldeiras e propõe a visibilidade da Lei 10.639/03 que obriga o Ensino de História das Culturas Africanas e Afro-Brasileira nas
escolas do país, e a propagação da Cultura Afro-brasileira e urbana presente na cidade de São Paulo.



Com o intuito de fazer uma reflexão, através da cultura e da educação, sobre a representação do negro nas diversas mídias: educação e deseducação, o Afrobrasilidade – Volume 2 traz uma mesa redonda que contará com participação dos palestrantes: Ari Candido, cineasta; Marcelo D’Salete, autor de HQ e artista visual; Kiusan de Oliveira, contadora de histórias e autora de livros infantis, com mediação de Sidney Santiago Kwanza, ator e integrante do coletivo de teatro Os Crespos.

A iniciativa, que tem co-realização da SMPIR, Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial, ainda contará com oficinas culturais, exposições, feira de arte, livros, roupas e acessórios e discotecagem de DJs do coletivo cultural Sistema Negro. Como encerramento, contaremos com a atração Batucada Tamarindo, que traz em seu repertório cantos e os ritmos dos afoxés da Bahia e do Pernambuco, além do samba de roda, samba-chula e samba-duro.

Abaixo a programação completa das oficinas:
• Danças Populares de Matriz Africana – com Vitor da Trindade (músico e compositor) e Elis Sibere (dançarina) do Teatro Popular Solano Trindade.
• Percussão corporal – com Manoel Trindade (percussionista e educador) do Gestos Sonoros.
• Brincadeiras, Histórias e Musicas Africanas da Região da Rep. Democrática do Congo – com Giselda Perê (integrante do Ilú Obá De Min e educadora) e Daniel Wasuwulua (educador e músico).
• Roda de conversa sobre racismo e o cotidiano – com Marcos Black, Ed Son Felinu (geógrafo e DJ) e Marcos Felinto (historiador, músico e artista multimídia), do Sistema Negro com a participação de representante da SMPIR.

Durante o evento serão vendidos pipoca, doces e tortas, sucos, água, refrigerantes e cerveja.

sábado, 4 de outubro de 2014

OBÍ, COCA-COLA E MITOLOGIA

Bom dia!!!

Esse texto é bem interessante!!!!Vale a pena ler.


A coca-cola bebida consumida em larga escala, no mundo inteiro, traz como substancia primordial a cola. Ou seja a noz-de-cola (também chamada de Kezu ou makezu entre os bantus, abajá, café-do-sudão, em língua ioruba obi e emoutras variantes como oribi.) é uma planta da subfamília Sterculioideae (Malvaceae). As variedades mais comuns são obtidas de várias árvores do oeste ao lado meridional da África ou da Indonésia, como Cola nitida ou Cola vera e a Cola acuminata. O grupo contém um total de 125 espécies. Nozes-de-cola. Geralemtne possuí um gosto amargo contem grande quantidade de cafeína, a noz-de-cola é usada por muitas culturas da África, tanto individualmente quanto em grupo. Muitas vezes é usada cerimonialmente ou dada para convidados. No Brasil, é impossível realizar a cerimonia de iniciação nos cultos afros sem esta semente, importante símbolo de perpetuação da ancestralidade entre o sagrado e a necesidade da refeição símbolica tão importante nas praticas negras.





A noz era utilizada originalmente para produzir refrigerantes a base de cola. Não é a toa que a coca-cola é uma das bebidas mais apreciadas, pois é vendida e consumida em mais de 20 países. A nós de cola por ser rica em cafeína é um estimulante natural que regula o sistema nervoso é excitante, muito útil contra a fadiga e em casos de uso excessivo solicitar ao organismo. Usado para aumentar o desempenho físico e intelectual. Também pode causar insônia se consumido em demasia como indica a medicina popular. A nóz de cola está associada a muitos mitos e lendas. Diz a lenda que Xàngó foi o terceiro Aláàfin de Òyó, Rei de Oyó, filho de Oranian e Torosi, a filha de Elempê, rei dos tapás, aquele que havia formado uma aliança com Oranian. Cresceu no país de sua mãe, indo morar mais tarde em Kòso, onde era rejeitado pela população por ser violento e impetuoso. Contudo, conseguiu reinar pela força. Em seguida, acompanhado pelo seu povo, foi para Oyó, onde estabeleceu um bairro que recebeu o nome de Koso, Dadá Ajaká, filho mais velho de Oranian, irmão consangüíneo de Sàngó, reinava então em Oyó. Mas não tinha a energia de um verdadeiro chefe daquela época. Por isso, Xàngó o destronou, exilado em Igboho, durante os sete anos de reinado de seu meio irmão. Depois que Sangó deixou Oyó, Dadá Ajaka voltou a reinar, e dessa vez como um valente guerreiro, voltando-se contra os parentes da família materna de Xàngó. Diz a lenda que ao término do seu império prefiriu se enforcar em um pé de obí (nóz de cola) do que se entregar ao exercto inimigo. Conhecido no Brasil ou no caribe como a divindade dos raios. Utiliza-se de uma insignia inrreconhecível o machado de duas faces e a sua saudação em ioruba é Ká wòóo, Ká biyè sí! (olhem a nossa majestade).


Para os afrobrasileiros de tradição congo-angola Kesu era um linda mulher que vivia sem companheiro,e se apaixonou por um amor poríbido, porém este enamorado se metendo em grandes confusões, foi morto por Zaze o justiceiro,então depois de muitas lágrimas de Kezu, Zambe (Deus na língua africana) se compadeceu de seu sofrimento e lhe apresentou um grande companheiro dagaga o "orobo" outro fruto muito utilizado entre os africanos e afrobrasileiros. Dagaga é enterrado vivo e após alguns meses nasce uma linda árvore e ao seu lado um belo homem enamorado.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Flor de Obi no SP na Rua



No dia 06/09/14, participamos do evento SP na Rua com o Coletivo Sistema Negro e nesta data compartilhamos com os participantes um pouquinho da nossa pesquisa da culinária afro gourmet em São Paulo. 


Essa foi uma experiência maravilhosamente saborosa!!!

Confira algumas fotos da invasão da cozinha da dona Abigail na zona norte de Sampa e o carinho com que preparamos as delicias.




O menu especial para essa noite foram tortinhas: 
  • Vegetariana (abobrinha, cenoura delicadamente cortadas, milho, ervilhas, cheiro verde,azeitona e azeite)  
  • Frango ( frango desfiado ao molho branco, azeite, cheiro verde, azeitona e azeite)
Todas elas preparadas com um tempero que só a dona Abigail tem....





Logo mais tem mais.....

Hummmmm!!!!!

Axé!